2011 chega com Noite de diversidade cultural!


Foto: Leo Zaneti

Foto: Leo Zaneti

Neste mês de janeiro, quem abriu o calendário do ano novo do Corrente Cultural foi a Noite Independente de janeiro. Trazendo a já consagrada fórmula que une música autoral, poesia pendurada em varal, e o entretenimento enaltecendo nossa cultura, a Noite veio experimentada com a regionalidade da música caipira e a mensagem da música Reggae.

Vinícius Araújo é Vini da Viola, a primeira atração do evento. Com sua viola caipira bem aprumada e afinação Cebolão bem explicada, Vinícius fez uma apresentação marcada por boas histórias sobre o instrumento e causos da cultura caipira, além da sua música tocada no melhor estilo regional. Passeando entre o verdadeiro pagode – o de viola – e a beleza do arpejo e ponteio cercados de letras recheadas de poesia, Vini encantou a todos com sua simpatia, originalidade, experiência e competência. O violeiro, que também é radialista e um estudioso da cultura interiorana, teve a companhia de baixo e percussão. O trio permitiu uma atmosfera de peso que chegou a esboçar a pegada do Rock n´ Roll, sem antes garantir o privilégio de quem assistiu e pôde apreciar da boa música de nossas origens; todas elas caipiras.

Depois da “regionalidade” do violeiro foi a vez do Reggae contagiar os presentes. As raízes do estilo foram muito bem representadas pelos já conhecidos Leões de Sião, que já são reincidentes em Noites Independentes. A banda mostrou segurança e competência na execução de suas próprias canções, com arranjos elaborados de metal (trompete) e efeitos de percussão. O baixo e a bateria, peças-chave do Reggae, não deixam a desejar em nenhum momento, mostrando peso e dando características essenciais a cada composição. Até os mais tímidos não se contiveram em só assistir e aplaudir a banda ao final de cada música, era inevitável não “mexer as perninhas” no ritmo da banda. “A intenção da Leões de Sião é propagar a mensagem Rastafari, a mensagem de Deus, de Jesus Cristo. Queremos levar positividade pros irmãos!”, disse Gilbão, vocalista, guitarrista e responsável pela maior parte das composições do grupo. Quem viu, há de concordar que eles cumpriram muito bem seus objetivos e conseguiram passar e mensagem. Pra terminar o show com chave de ouro e de quebra já preparar o pessoal para a próxima atração, a Leões de Sião convidou ao palco dois integrantes da banda Rasta Soul, que simplesmente deixaram todo mundo em transe com o som dos tambores na canção “Música de Meditação”, de autoria de Gilbão.

Seguindo no reggae, mas agora numa pegada mais dub veio o quarteto Rasta Soul. A banda está na estrada desde 2006, e de lá pra cá veio muita música boa, como todo mundo pôde conferir! Os caras mostram um entrosamento que chega a ser sobrenatural. Como toda boa banda de reggae, eles prezam e priorizam os grooves, o peso e as linhas bem arrojadas de baixo bem casadas com as pisadas certeiras no bumbo da bateria. “Temos uma história de curtição no New York Pub, e tínhamos como meta um dia tocar aí!”, desabafou Max, vocalista da banda. Eles cumpriram a meta de tocar lá, e nós cumprimos a meta de levar música de qualidade pros frequentadores do bar, que desde março do ano passado pode acompanhar mensalmente uma invasão de bons artistas mostrando SEU trabalho, e não o trabalho dos outros, como habitualmente acontece. O importante é ter gente que acredita na música independente, assim como os caras da Rasta Soul. “A tendência é que o artista independente domine o mercado fonográfico!”, afirmou sabiamente o percussionista Luís Felipe.

Além dos show de ótima qualidade, tivemos também o nosso Varal da Arte, que neste mês contou com os trabalhos de Pedro Cezar, representando a poesia literária e Leo Zaneti, a fotografia. Ambos representaram muito bem, com lindas palavras e ótimos clicks!

Essa foi a festa de aniversário de um aninho do Corrente Cultural, que é uma criança com responsabilidade de adulto. Assopramos as velas junto com o público e em grande estilo. Pra terminar essa resenha, um trechinho de uma conversa informal entre Tokinho e PC Belchior, falando sobre essa data histórica pra nós e pra cidade de Poços de Caldas:

PC – “Um ano hein, cara? Tá bonito o negócio!”
Tokinho – “É, cara! E nos anos que vem estaremos aqui de novo, falando a mesma coisa!”

Vida longa ao Corrente Cultural!