A Comunicação na Cena Independente


Foto: Flávia Iwata

Foto: Flávia Iwata

A abertura do Corrente Mostra, com o Workshop de Comunicação e Música, já demonstrou que os dois dias reservados à cena independente de Poços de Caldas tinham tudo para ser um sucesso, resultado da união de informação atrelada a interação, proporcionando à seus participantes a possibilidade de conhecer um pouco mais sobre o papel que as novas mídias exercem sobre o cenário musical e também oferecendo mecanismos necessários aos músicos para que estes possam divulgar seus trabalhos de maneira criativa e objetiva. Ressaltou-se o papel que o músico assume atualmente de se responsabilizar não somente pelo que produz, mas também pela maneira como seu trabalho será divulgado, aproveitando de sua capacidade de criação para, além de realizar seus trabalhos autorais, criar espaço para os mesmos nas redes sociais.

No início do workshop a jornalista Natássia Meirelles apresentou um histórico sobre o desenvolvimento da comunicação e as suas implicações na produção musical. É importante ressaltar que antes de ser apresentado o caráter independente do músico, discutiu-se os fatores econômicos e sociais que levaram a sua formação.  A música foi inserida no mercado como um produto lucrativo, sustentado pelos grandes conglomerados, empresas controladoras dos canais de produção e distribuição, que concentravam os meios de produção, utilizando-se disto para lucrar em cima da arte produzida e do público atingido. Ampliado o acesso as tecnologias, o artista pode gravar, publicar, promover e vender seu trabalho, fazendo do instrumento tecnológico uma ferramenta política de contestação dos modelos tradicionais sustentados pelas grandes produtoras.

Em um segundo momento, a estudante de jornalismo Maria Teresa Ferreira apresentou as técnicas que os artistas devem utilizar para apresentarem seus trabalhos com qualidade, demonstrando através dos mecanismos midiáticos a credibilidade e o potencial que ele deposita no trabalho que produz.  A intenção da oficineira Maria Teresa, estagiária de uma grande produtora da cidade de são Paulo, foi a de trazer a qualidade da assessoria de imprensa de uma empresa reconhecida no mercado, adequando-a ao cenário independente.  Através de exemplos positivos e negativos de ferramentas de texto (release, mailling nota, biografia) e de ferramentas de imprensa (clipping, follow up, mailing) os artistas tiveram contato com dicas para aprimorar a divulgação de seus trabalhos, tanto para os modelos tradicionais, como para as mídias alternativas apresentadas por Natássia Meireles.

Fortalecendo o caráter do Coletivo de discutir a cena cultural da cidade, o Corrente Mostra foi um espaço aberto à todos que  desejam  a reestruturação da produção artística ao novo contexto econômico e tecnológico de forma democrática e que se identifica com as necessidades reais da população.