Beatrice: essa é pra você


Foto: Paula Boller

Foto: Paula Boller

Após o show de lançamento do primeiro álbum no dia 02 de abril – e cabe aqui dizer que foi esplêndido, tanto no cenário como na energia musical dos caras – o pedido para fazer uma matéria sobre a banda resultou em uma entrevista com o guitarrista e backing vocal Lipe Cardillo, precursor deste grupo, esbanja simpatia e determinação em fazer o máximo para que a banda decole em níveis crescentes no cenário musical.

Xilepah é o nome do álbum e leva uma linda homenagem ao vocalista Bruno Franco, mais conhecido como Xilepah, que se foi, deixando eternas saudades em todos. Isso me faz lembrar uma eterna frase do poeta Renato Russo “os bons morrem jovens”. Algumas canções e letras foram feitas pensando no Bruno para que de alguma forma possam eternizá-lo, como a canção intitulada “Beatrice”.

O nome Beatrice é o maior mistério da banda porque ninguém sabe ao certo como surgiu, porém possui uma explicação do Xilepah dizendo que Beatrice são todas “elas”. Um salve ao poder feminino (rs).

Recebendo influências de Franz Ferdinand, Incubus, Arctic Monkeys, Minus the Bear, dentre outros, é notória a presença do jazz e funk no estilo do grupo. Mesclando tendências ao rock alternativo, diversificam o som da banda sobre a influência de uma total liberdade de criação e um segredo, o grupo estuda a possibilidade de um Beatrice sreetwear, se depender das habilidades artísticas dos garotos pode ser que apareça um novo estilo por aí.

Em janeiro de 2008, lançaram o EP intitulado “When You Turn Blind” que foi concebido com canções em inglês sendo um álbum mais cru, voltado direto para o rock n´roll e com uma pitada de inconsequência, diferenciando-se, assim, do Xilepah que é mais trabalhado com tendência ao pop. Este ano, pode-se esperar duas composições que não foram gravadas no When You Turn Blind.
Perguntado sobre os sonhos da banda, Lipe diz que querem morar juntos em uma casa para que possam fazer nascer grandes composições e trabalhos, tanto artístico quanto na área administrativa e também passar a mensagem da Beatrice, que nas palavras dele se resume “não desistam dos seus sonhos, sigam a política do faça você mesmo, não esperem que as coisas caiam do céu!!! Se não forem atrás, batalharem, insistirem e persistirem ficará muito mais difícil alcançar os objetivos.

Com certeza, Lipe, e com o Coletivo não será diferente! Nunca desistiremos, então garotas e garotos, corram e acessem o myspace/rockbeatrice ou myspace/brbeatrice, não tem como não gostar dos riffs livres da guitarra de Lipe Cardilo da voz inquieta de Rafael Frodo, das linhas de baixo concisas de Leo Carvalho e do imprevisível baterista Sasá Gandini.

Confira abaixo a entrevista realizada pela Thaty Naila por meio do MSN com o guitarrista da Beatrice Lipe Cardillo.

Bem, então, por favor, me conte: Quem foi o precursor que colou pilha pra montar uma banda?

Luis Felipe  Bom, o precursor fui eu, em 2005, mas no começo, a banda tinha outro nome e outros integrantes também. A banda teve início por mim e pelo Rafa (vocalista) o Xilepah (Bruno) também estava na primeira formação. O ponta pé inicial foi um desses festivais de colégio, no primeiro ano. Antes tínhamos ido assistir um e ficamos muito putos por só rolarem bandas pop com músicas muito comuns. Então, decidimos montar uma espécie de Strokes cover, e que até hj é uma das bandas que mais nos influenciam

A formação com o nome Beatrice veio com a ideia de começar a compor. A partir daí, covers ficaram totalmente em segundo plano. Não temos um compositor e letrista único, a forma como fazemos as músicas é muito democrática. Todos opinam em instrumentos, letras e vocais.

Como e por que Beatrice?

Luis Felipe  Está ai o maior mistério da banda (rs). Ninguém sabe ao certo o porquê do nome, a história é a seguinte, tínhamos um nome, éramos os Magaivers, mas quando decidimos começar a gravar descobrimos que esse nome já estava sendo usado por outra banda, então que em um chat de MSN surgiu o nome Beatrice e ficou. Tem também a versão do Xilepah: Beatrice é “todas elas”! (rs) Fica aí o mistério.

Explica mais, por favor?

Luis Felipe Foi um tipo de votação cada um chegou com um nome e fomos escolhendo, mas ninguém sabe quem falou o Beatrice.

Fantástico isso. Xilepah é o primeiro álbum e também o apelido do primeiro vocalista. Como vocês veem essa perda triste e essa homenagem?

Luis Felipe  Xilepah é o primeiro álbum prensado, temos o EP “when you turn blind” disponível apenas na net, por enquanto (rs). Colocar o nome dele no cd é o mínimo que podemos fazer, não só o nome, mas todo o encarte, algumas letras e musicas do cd foram todas feitas pensando nele.

Queremos de alguma forma eternizar o nosso amigo e que até quem não o conheceu possa ver o quão foda foi o Bruno.

Linda homenagem, cara. O que a banda procura encontrar nesse caminho musical? Quais os sonhos de vocês?

Luis Felipe  A satisfação. Nós tocamos porque gostamos de tocar, isso nos faz bem. Quando estamos juntos tocando é algo inexplicável. Lógico, temos sim o sonho de sermos reconhecidos a ponto de viver só com o dinheiro da banda, mas procuramos manter o foco nas músicas, fazer o que nós queremos sem pensar com o que vão achar. Pensamos que se o som for verdadeiro será mais fácil das pessoas gostarem.

Nosso sonho é morarmos juntos (atualmente cada um mora em uma cidade) e podermos ter essa dedicação integral com a banda, porém vemos a banda um pouco além. Gostamos de administrá-la, fazer a parte da imagem da banda. Basicamente viver do gerenciamento da banda, sendo também os artistas.

Vocês se encaixam em algum estilo musical ou buscam um diferencial (como muitas bandas) para se destacarem?

Luis Felipe Definimos como rock alternativo, mas gostamos de ser bem livres nesse sentido. Temos algumas influências de funk, jazz, e até alguma batida de reggae, porém sempre mantendo a pegada e a linha do rock. Nosso diferencial é procurar sempre inovar nas músicas e também. A ideia é que cada show do Beatrice seja um espetáculo diferente e surpreendente. Um show sempre vai ser diferente do outro.

Quais são as influências da banda?

Luis Felipe Strokes, Arctic Monkeys, Minus the Bear, Incubus, The kooks, Sparta, Hush Sound, The killers, Moptop, Foo Fighters, Franz Ferdinand, Los Hermanos, entre outras

A maior mensagem que a banda quer passar para o público?

Luis Felipe  Não desistam dos seus sonhos, sigam a política do faça você mesmo. Não esperem que as coisas caiam do céu. Se não forem atrás, batalharem, insistirem e persistirem fica muito mais difícil alcançarem os objetivos.

 

Veja as fotos em:
http://www.flickr.com/photos/correntecultural/sets/72157623704296999/