Corrente Cultural faz balanço do ano de 2011


No final de 2009, um grupo de pessoas conectadas entre si – pela vontade de uma real movimentação artística em Poços de Caldas, pela valorização do Trabalho Autoral, e pela Internet – resolveu juntar forças e ideias, observando a efervescência da discussão sobre o momento da Cultura no Brasil, via redes sociais online ouoffline. Voltando-se para as deficiências e carências da cena musical do Sul de Minas, este grupo filtrou a nuvem de reclamações e desejos de jovens artistas poçoscaldenses e se organizou. Em janeiro de 2010 este grupo passa a se chamar Corrente Cultural e desde então faz parte do Fora do Eixo – uma rede de coletivos culturais que se espalha pela América Latina e outros países do mundo, e que só no Brasil é articulada por mais de 100 cidades.

Em 2011, o Corrente Cultural expandiu suas frentes de sistematização e atuação em relação ao ano anterior e passou a contemplar, além da Música, trabalhos poéticos, fotográficos, cênicos, plásticos, entre outros, agregando debates políticos e ambientais, além de diversas ações gratuitas de formação e capacitação de novos agentes. E se a movimentação cultural era um dos objetivos traçados pelo coletivo, este está sendo alcançado: no ano passado foram 79 apresentações musicais de repertório próprio (68 bandas/grupos, 08 artistas solo, 03 duos), 17 encontros de formação (workshops, oficinas e debates), 22 expositores de “poéticas-visuais” (artistas das áreas visuais), 05 saraus de poesia, 01 mostra audiovisual, 02 apresentações teatrais e 01 desfile de moda com grifes independentes locais. Estes números não incluem os eventos realizados em parceria, onde o coletivo atuou como co-produtor – o que eleva ainda mais o balanço final.

Algumas questões discutidas a nível macro nortearam o planejamento do coletivo em 2011. Uma delas foi a (falta de) “identidade cultural” de Poços de Caldas e do Sul de Minas e como isso interfere na produção artística local. Esta análise resultou em dois projetos específicos, um de Mapeamento da cena artística autoral poçoscaldense, e um da criação de uma rede sulmineira de Cultura Independente. Outro tema que será um grande desafio para 2012 é pautar a Cultura na agenda política da cidade, despertando o interesse da população pelo posicionamento dos candidatos nas próximas eleições e seus planos de governo para esta pasta.

A ocupação do espaço público e dos canais de comunicação, a estruturação de novos espaços criativos – de multimídia e de troca de conhecimento – e potencialização do acesso à produção independente permanecem na lista de prioridades do Corrente Cultural, bem como a sustentabilidade do Calendário Anual de Atividades, que só é possível graças às diversas parcerias com a Iniciativa Privada, outros grupos da Sociedade Civil Organizada e instâncias do Poder Público, por meio de realizações conjuntas e/ou patrocínios.

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Circulação da Música

A prática colaborativa em rede (via Fora do Eixo) garante o intercâmbio não só de conteúdos e tecnologias sociais, mas de circulação de agentes e artistas. Só em 2011, as ações promovidas pelo Corrente Cultural trouxeram 26 trabalhos de outras cidades (e de dois países estrangeiros) para se apresentarem, listando representantes de: Aracajú/SE, Belo Horizonte/MG (4), Barbacena/MG, Bauru/SP, Campinas/SP (3), Campo Grande/MS, Curitiba/PR, Goiânia/GO (2), Governador Valadares/MG, Ipatinga/MG, Ouro Preto/MG, Pouso Alegre/MG, Sabará/MG, Santa Rita do Sapucaí/MG, São Carlos/SP, São Paulo/SP (2), Uberlândia/MG, mais Argentina e Espanha. Podemos ressaltar ainda que a produção autoral da nossa cidade vai bem, obrigado – ao todo foram 22 bandas com oportunidades qualificadas de mostrar sua música.

Inserir Poços de Caldas na rota da “nova música brasileira” também possibilita que os músicos locais projetem suas mini-turnês e consigam mais visibilidade para participarem de festivais de música independente de todo o país. É o caso das bandas Mekanos e K2, que, juntas, passaram por mais de 15 cidades em 2011, entre elas São Paulo, Franca, Barbacena, Juíz de Fora, Patos de Minas, Sabará, Sete Lagoas, e Belo Horizonte, com destaque para a participação de ambos no Transborda, maior festival de artes transversais da capital mineira. Outro nome de Poços que participou dessa circulação foi o grupo Uclanos, com a apresentação na Casa Fora do Eixo São Paulo (CAFESP), um espaço amplamente frequentado por artistas da cena independente nacional, jornalistas, agentes da cadeia produtiva de cultura do país e entusiastas da cena paulistana.

   


Agradecimento

Agradecemos às bandas, artistas, colaboradores, mídias, parceiros, público e todos aqueles que de alguma forma fizeram parte dessa grande movimentação cultural coletiva, pela confiança e parceria no ano de 2011 e esperamos fortalecer o diálogo para que tenhamos compromissos cada vez mais sólidos e efetivos com a Cultura na cidade de Poços de Caldas e região. Acreditamos que o desenvolvimento cultural de fato interfere na construção de uma sociedade mais justa, plural, diversa, inteligente e, consequentemente, feliz.

Assista ao documentário produzido pelo Núcleo de Produção Audiovisual do Corrente Cultural, com depoimentos e entrevistas sobre um completo balanço das atividades de 2011 do nosso coletivo.

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