El Efecto do Baião, do Blues, do Samba, do Maracatu e até das linhas sertanejas foi sentido no New York Pub durante o encerramento da terceira noite do Grito Rock Poços de Caldas.
A banda carioca, criada em 2002, trouxe para o palco um conjunto de vozes e ritmos, um “ajuntamento” de solos e sutilidades, uma mistura de pesos e marcações de sotaques que, antes de escutar Tomás Rosati (voz e bateria), Diogo Furieri (voz e guitarra), Bruno Danton (voz, guitarra, cavaquinho e trompete) e Eduardo Baker (baixo), o público do Grito não imaginava ser possível combinar.
E se fez em tons sensoriais. Em cada composição a surpresa da próxima nota. Do próximo arranjo ali, desarranjado entre tantos, certeiro de muitos e, enfim, carregados da personalidade que extrapolou o que poderia-se gritar: em ecos, em reverberações; na visceralidade dessas vozes uníssonas de diversidade. E intensidade.
Como parte da atração pela Rota Minas Gerais do Grito Rock 2012, o El Efecto trabalhou, em toda a sua teatralidade, o debate sobre conflitos com uma estética que se faz única por ser diversa.
Cavaquinho, trompete, flautas, percussões e sintetizadores abrigam as letras críticas que transitam entre temas políticos, comportamentais e existenciais. A poética está na concepção do estilo da banda: “não se trata de fazer da arte uma válvula de escape para as frustrações de uma vida acomodada, mas sim de buscar, por meio dela, estimular mudanças na vida concreta”.
Com dois discos gravados – Como Qualquer Outra Coisa (2004) e Cidade das Almas Adormecidas (2008) – El Efecto está pronto para expandir sonoridades de alma extravazadas de sentido único e múltiplo, de todos em um. O público ficou com sede de bis, mas sambou na ciranda carioca.