Imersão Coletiva promoveu estudos e metas do Corrente Cultural para o 2º semestre de 2011


Foto: Nego Moura

Foto: Nego Moura

Manhã de céu azul e um pouco de sol pra quebrar o frio do inverno poçoscaldense. Aos poucos foram chegando alguns, acordando ou acordados, mais falantes, outros ainda preguiçosos esperando o café que era passado na cozinha da escola. A Criativa Idade é um dos parceiros do Corrente Cultural e além de séria instituição de pedagogia infantil que acredita no coletivo de uma maneira geral, é peça fundamental para a infraestrutura de nossas reuniões, oferecendo internet e energia elétrica em espaços lúdicos que alimentam não só nossos computadores, mas algumas planilhas e muitos dos nossos sonhos.

E desses sonhos, o planejamento: terminado o gostoso café com pães, imergimos em uma das salas da escola para dar início às atualizações de cada núcleo integrante do Coletivo Corrente Cultural.

Éramos 18 olhares atentos às telas e falas que descreviam muitos dos pontos que o coletivo alcançava e toda nova possibilidade a ser [en]caminhada. Nessa estrada horizontal e semicircular, construída de ideias e esforços, visualizamos em detalhes todo o calendário de atividades e a necessidade de cada presente entender o Corrente de forma conjugada e integrada, ainda que plural.

Falou-se das estruturas de Comunicação, Relacionamentos, Administração e Planejamento, além de outras frentes que ali se apresentavam, cada qual com seus entusiastas, como o Hip Hop, as poéticas visuais e literárias, o Núcleo Verde e o teatro. Nos intervalos, um papo descontraído, o nascer da lua e conversas informais puxando amigáveis articulações.

Após um dia longo de apresentações, projetos, discussões de quais caminhos seguir, um delicioso caldo à lá Francesco, o chef fantástico que imergiu no paladar coletivo. Agradecimentos especiais à Tetê Nassif que o ajudou na cozinha e coordenou toda a infraestrutura impecável da imersão do coletivo Corrente Cultural na escola Criativa Idade – que, diga-se de passagem é um local maravilhoso e inspirador para nosso aprendizado mutante e fora dos eixos convencionais.

O fruto instantâneo colhido da Imersão foi o encorajamento de novas articulações, potencializando os membros de cada frente e a integração física que precisamos para transparecer esse calor que a internet – nosso principal meio de comunicação interna – não consegue passar. Dali, o 2º semestre de 2011 foi retraçado, agora com linhas nítidas e calculadas, dando vida ao esboço que tínhamos. Dentre os projetos que já tomam corpo: o festival de música estudantil Manancial, que em setembro trará interação com as escolas do município e Secretaria de Educação; a execução do projeto de Mapeamento da Música Independente de Poços, aprovado em Lei Municipal de Incentivo à Cultura; o Circuito Tela Verde, produção do Núcleo Verde (frente debatedora de questões ambientais) e a segunda edição do #VaiSuldeMinas, festival de música e arte que compõe o Circuito Mineiro de Festivais Independentes 2011 que se erguerá em novembro, além de claro, todas as ações continuadas como o #VaraldaArte, a Noite FdE / Noite Independente e a capacitação em oficinas e promoção de debates com a esfera pública local.

A Imersão Coletiva, recebeu o tempo todo informações e experiências adquiridas nos recentes Congresso Fora do Eixo Minas (Sabará-MG) e Imersão do Corrente Cultural na Casa Fora do Eixo SP. A troca de tecnologia e informação que ocorreu nesses eventos, foram de grande importância e serventia para nossos estudos locais como coletivo, como unidade pública e democrática e como integrantes da rede de coletivos Fora do Eixo.

 

IMERSÃO DO CORRENTE CULTURAL NA CASA FORA DO EIXO (escrito por: Luísa Adib)

Entender o significado de compor uma rede de proporção quase inimaginável até poucos anos não é tarefa fácil mesmo para aqueles que já nasceram na era da velocidade, do excesso de informações e de inovações tecnológicas. Isso porque, conseguir unir cada canto do país em defesa de causas comuns, vai além de ter em mãos instrumentos que lhe possibilitem ampla comunicação. A chave está em saber apropriar-se destes mecanismos. E isso, pudemos perceber durante o final de semana que passamos na CAFESP, que o pessoal do Fora do Eixo sabe como faz!

Dedicação, compromisso, iniciativa e muitos sonhos. Várias foram as tentativas, erros e acertos. Alguns desistem, outros tantos persistem. E são estes que hoje podem apresentar a maneira como se estruturam para movimentar o cenário cultural. O fazem com a propriedade de quem abdica de uma vida nos “eixos” para coordenar a maior rede de trabalhos colaborativos de cultura do país, unidos em uma casa que vive uma velocidade semelhante a da cidade que escolheram como sede de muitos sotaques e trabalho.

Troca de experiências. Talvez seja esse o segredo para um trabalho colaborativo de sucesso. Foi essa a ideia que envolveu nossas discussões e nos fez aprender, apontar erros, vislumbrar acertos, apropriando-nos da segurança e bagagem daqueles que já estão há mais tempo na luta que nós.

Com certeza voltamos da imersão entendendo um pouco mais do significado que carregam as palavras: sustentabilidade, estratégia, sistematização, transversalidade, horizontalidade.  Será mais fácil colocá-las em prática, garantindo ao coletivo Corrente Cultural, a longevidade que almejamos.

Participar das atividades de vivência e reuniões nos fez sentir que deixamos na casa um pouco de nós e que ela passa a ser um pouco nossa também.  Fica a vontade de utilizar a corrente que temos como elo de troca de experiências, aprendizagem e muitos sucessos.