Noite de peso, bandas mais ainda


Pela segunda vez, Poços de Caldas tem o privilégio de ser palco do maior evento de cultura independente do sul de Minas Gerais: o #VaiSuldeMinas, que está em sua segunda edição. Depois três dias de debates sobre importantes temas, chega a vez da música invadir o palco do bom e velho, digo novo, New York Pub. Pra dar início a essa invasão, nada melhor do que a já conhecida Noite Fora do Eixo, que dessa vez foi mais que especial.

“E a vida, como vai?”, essa frase abriu a programação musical do evento. Quem disse? Um dos três vocalistas da banda Vitrolas, que fez uma longa viagem de Belo Horizonte até a terrinha e pela segunda vez dá as caras em eventos do Corrente Cultural, de novo em grande estilo. Com arranjos pra lá de bem elaborados, passearam por várias vertentes do rock, com uma presença de palco invejável e um domínio total do público presente, que aplaudiu do começo ao fim da apresentação.

Vindos de uma viagem bem mais curta e sem deixar de lado a descontração e a empolgação, sobe ao palco a banda Tupi Balboa, um power trio (bem “power”, diga-se de passagem) de Santa Rita do Sapucaí  que assustou, no bom sentido, os presentes com uma abertura de peso e instrumental. “Senti um ar de Jimi Hendrix mineiro!”, palavras de Matheus Leite, um dos que assistiram a essa bordoada musical. A performance do guitarrista foi como um workshop, que poderia ter sido chamado de “Como Fazer Milagre Com Dois Pedais de Efeito e Muita Alma na Ponta da Palheta”. Com o mesmo peso que começou, chega ao fim o segundo show da noite. Alias, com o mesmo peso não, foi bem mais pesado.

Tudo que é bom acaba, e com a #NoiteFdE não foi diferente, chegava a hora do último show, e pra fechar a noite nada melhor que uma “prata da casa”. Ficou nas mãos dos poçoscaldenses da 7’Seven a responsabilidade de encerrar, e eles desempenharam bem a função. O trabalho autoral da banda também traz bastante peso na parte instrumental, com boas “marteladas” no baixo, bem ao estilo Flea, dos Red Hot Chili Peppers. Por falar dos californianos, rolou uma música deles, além de alguns outros “covers” que integraram o repertório mesclado do quarteto.

Novamente a fotografia enfeitou os corredores do pub no #VaraldaArte, dessa vez com os selecionados no Concurso Lente Verde, que selecionou 15 fotografias de fotógrafos de diversas partes do país e uma enviada da cidade francesa de Ferney Voltaire, por um brasileiro que reside por aquelas bandas.

Os ponteiros do relógio já beiravam as quatro da matina quando chegou ao fim mais uma bela ação do Corrente Cultural. No rosto de todo o pessoal da produção, a expressão era de satisfação misturada ao cansaço. Organizar e fazer acontecer um evento como o #VaiSuldeMinas não é fácil. Em contrapartida, o que é fácil não tem tanta graça.