1º dia de Festival #Manancial


Foto: Alisson Vieira

Foto: Alisson Vieira

Sábado, 13 de novembro de 2010.

O primeiro dia de #Manancial foi aberto com o workshop “Aspectos Básicos do Trabalho Autoral” ministrado por Pedrinho, um dos idealizadores do Coletivo Corrente Cultural e integrante da banda K2. O tema foi discorrido 5 pontos: a cena independente, mercado fonográfico e tecnologia, métodos alternativos para o registro de obra musical, direitos autorais e ECAD.

Cena Independente – A cena independente existe há vários anos porém as reclamações continuam sendo as mesmas (falta apoio dos órgãos públicos, falta união entre os artistas, falta espaço para mostrar a arte, etc.). Por causa dessas deficiências e outras, surge o Corrente Cultural, afim de agregar todos os artistas de Poços de Caldas, acompanhando métodos de trabalho sustentável em outras cidades do país.

Mercado Fonográfico – Da década de 50 até a década de 90 as gravadoras usavam de “olheiros” para revelarem e contratarem novos artistas, produzindo todo o seu trabalho e recebendo em cima da venda dos discos. Hoje, com a tecnologia, os artistas têm a capacidade de produzir “caseiramente”, ou com menos custos, apresentar o seu trabalho na internet e ali se tornarem conhecidos, citando como exemplo o caso da cantora Mallu Magalhães. Com o advento da “pirataria”, a gravadora não mais produz o artista, mas recebe o disco pronto, se encarregando apenas da distribuição, e muitas vezes tem direito à porcentagem do valor dos shows vendidos, já que não lucra mais com a venda das cópias.

Registro de Obra – Existem métodos alternativos para o registro do trabalho autoral, que funcionam como prevenção de possíveis plágios. Um deles é através dos Correios: você coloca o conteúdo (letras cifradas e partituras) dentro de um envelope e envia para si mesmo, mantendo-o fechado, afim de ser usado juridicamente apenas quando o plágio for constatado. O carimbo com a data dos Correios tem peso oficial e será aceito para fins formais. Outras maneiras de assegurar sua propriedade intelectual é através de associações de músicos e compositores (ex: www.assimassociacao.com), cartórios, órgãos oficiais como a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, ou através do Creative Commons, onde você tem livre escolha de como, onde e quanto sua obra será vinculada e distribuída (creativecommons.org.br).

Direitos Autorais – O repasse da arrecadação dos direitos autorais, gerados pela execução pública da sua composição (rádio, tv, ou ao vivo) se dá por meio da filiação a alguma Associação ligada ao ECAD*. Assim, teoricamente, você estará recebendo trimestralmente a porcentagem da sua obra que foi reproduzida em território nacional. Para que o repasse aconteça é necessário que sua composição esteja no banco de dados do ECAD, enviada pela associação a qual você está afiliado, não bastando apenas registro da obra na Biblioteca Nacional (como sempre ouvimos falar), mas também o cadastro da gravação (fonograma).

* o ECAD (Escritório de Arrecadação e Distribuição) é a instituição responsável pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais de execução pública de músicas nacionais e estrangeiras, utilizadas em todo o território nacional e é administrado por 12 associações de música. Foi criado pela lei 5.988/73, ratificado pela atual lei dos direitos autorais (9.610/98) (ecad.org.br).

Outra dúvida levantada foi quanto ao registro do nome da banda. Isso deve ser feito através do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
É no INPI que se faz registro de marcas e patentes e neste site > registrofederal.com.br, é possível sanar todas as dúvidas pertinentes.

 

Apresentações Musicais

Após o workshop de “Aspectos Básicos do Trabalho Autoral” chegou a hora da música. No primeiro dia do #Manancial tivemos 5 inscrições, porém 3 desistências – algumas delas justificadas e previamente avisadas a produção.

Quem “inaugurou” o palco do #Manancial foi o grupo de rap Elementos que simplesmente prendeu a atenção de todos ali presentes, mostrando competência e conteúdo nas letras cantadas em 4 tipos de vozes diferentes, com destaque para o vocalista Dough que declamava frases como uma metralhadora, de tanta rapidez, porém com total clareza das palavras.

Em seguida subiu ao palco a banda V.I.B.E. (Vibrações Inteligentes que Beneficiam a Existência) que, mesmo desfalcada do baterista, mostrou muito talento nas composições apresentadas pelos 2 integrantes com violão, guitarra e vozes.

E assim terminou o primeiro dia do #Manancial – Festival Estudantil de Música Independente, realizado pelo coletivo Corrente Cultural em parceria com o SESC, e apoio da loja de instrumentos musicais Musical Minas.

 

O que é o Festival #Manancial

manancial sm 1 Nascente de água. 2 Origem ou fonte abundante. 3 Celeiro inesgotável. 4 Gozo perene e duradouro. adj Que mana ou corre incessantemente.

Leu aí o que significa a palavra Manancial? Com certeza não teria um nome melhor pra um festival de música numa cidade como Poços de Caldas, onde os artistas parecem brotar da terra. Culturalmente falando, a nossa “terrinha” é uma nascente com fonte abundante e, porque não dizer, inesgotável. A música corre incessantemente nas veias dos poçoscaldenses, sejam eles músicos propriamente ditos ou somente apreciadores.

Com o intuito de apresentar “novas águas” para Poços de Caldas, surgiu o Manancial, festival promovido para dar a oportunidade para bandas se mostrarem e “correrem o risco” de se apresentarem em um grande festival que será promovido por nós do Corrente Cultural em dezembro, chamado #VaiSuldeMinas.